sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Palavra nova que dispensa explicação

A primeira vez que ouvi Novos Baianos, num apartamento enfumaçado no início dos anos 2000, aprendi uma nova linguagem. 

O sol se punha e seus raios alaranjados mostravam o efeito tyndall na dançante fumaça densa e cheirosa. Uma luminária com lâmpada de lava borbulhava. Estirado para dentro do sofá, sentia um sensação de prazer nos olhos.

A cantora ensinava: "Be-o-bó-le-a-la, bola / Te-é-té-le-a-la, tela / A-te-é-té-le-a-la, a te lá / Te-Lê-a-la-le-e-lê-li, lua / Re-a-rá-rê-e-ré-rê-e-ri, rua". Palavras novas que dispensavam explicação. Pra lá, muito pra lá de alucinação. Era a Linguagem do Alunte.

Uma banda crivada de criatividade. Gosto de dizer que é algo meio Jimi Hendrix misturado com Chiclete com Banana. Uma convulsão em percussão e guitarra eletrônica, teclado, cuíca e samba and roll.

O disco Novos Baianos F.C. completou 50 anos.

quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Um motivo para arrumar a bicicleta

Muito se fala sobre a importância de acorda cedo para o dia ser proveitoso. Eu acredito. Inclusive, esses dias,  na padaria, apontei para a vizinha o livro O Milagre da Manhã, que estava na revistaria perto do caixa. Ela comprou pão e livro, eu fiquei com pão e leite.

Ingredientes para o café da tarde, é claro. Pela manhã, no máximo, eu saio comendo uma fruta. Não por falta de apetite, pelo horário estar estourando mesmo. Acordar cedo é como comer  hambúrguer de lentilha.

Sempre achei que poderia ser jornalista, mas nunca me imaginei jornaleiro. Eu gostaria de ir de casa em casa (hoje em dia poucas), deixar o jornal na porta do assinante. Mas em Pelotas só há jornal matutino.

Tá aí uma boa ideia, um jornal vespertino, algo tipo: Jornal da Noite. Um jornal que seja entregue por volta das 18:00 horas, com as notícias fresquinhas que aconteceram no mesmo dia. Se esse jornal sair do papel, quem sabe eu comece a pedalar mais.