domingo, 21 de janeiro de 2024

As diversas faces de um escritor

Essa semana eu fui visitar o poeta, Valder Valeirão. Naturalmente acreditava que trocaríamos ideias com referências do caldo artístico que sorvemos ao longo da vida. Asim, filosofamos e tomamos chimarrão. Eu não o conhecia pessoalmente e, apesar de acompanhar sua carreira como design, não tinha noção do tanto de trabalhos que passaram pela sua criatividade. O espanto foi quando nós começamos a remexer em sua biblioteca. O Valder me falou sobre o livro do "domenico m. miglio", eu respirei fundo.

Como assim o Monquelat escreveu um livro com pseudônimo? Fiquei muito surpreso. Entendi que apesar de ter frequentado a livraria do A. F. Monquelat por anos, ainda faltaram conversas. Havia assuntos que eu não tinha conseguido captar, talvez pela minha pouca idade, talvez pela minha ingenuidade. Agora, estava em minhas mãos um livro inédito, de um amigo que muito me influenciou na arte da leitura.

Quando eu me deparei com a capa do livro: Luíza (caminho de uma paixão), senti a mesma sensação de quando peguei em mãos, na própria livraria Monquelat, o primeiro volume do romance, Asfalto Selvagem. Eu sabia que ali estava escrita uma obra surpreendente, talvez surpreendente para o meu paladar de leitor. Um paladar que devorou Luíza numa sentada. E ao mesmo tempo que ficava alegre a cada passagem lida, me sentia traído por não ter sido apresentado ao texto pelo autor. 

Com isso fiquei matutando sobre a personalidade do escritor, ou as múltiplas personalidades do escritor, e suas várias faces. O Adão, mais uma vez, me surpreendeu. E me surpreendeu como artista, me surpreendeu com sua obra. Ainda quero escrever melhor sobre Luíza. Realmente tive uma epifania do que é um escritor, e que realmente há literatura em Pelotas.



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