sexta-feira, 12 de abril de 2024

O melhor romance contemporâneo

Olhei de novo, depois de um hiato torporizado, para a tela do celular, que ainda exibia uma matéria sobre o assassinato de Andrei Dukelsky no site da Zero Hora. Dei scroll na notícia, molhando toda a tela de vidro do iPhone com o suor do dedo. De acordo com a namorada do Andrei, uma tal de Francine Pedroso, ele tinha saído para correr em torno das nove e meia da noite e levava consigo somente a chave de casa e o smartphone, que foi roubado pelos criminosos. Não havia testemunhas, embora o local onde o crime aconteceu fosse uma área de movimento moderado, mesmo à noite. “Um dos maiores novos talentos da literatura brasileira contemporânea”, era o aposto que o texto lhe concedia. “Duque, como era chamado pelos amigos”. Havia uma hashtag #AdeusDuque oferecendo consulta instantânea às manifestações de choque e tristeza de seus leitores e amigos nas redes sociais. Não tive coragem de clicar nela.

“Meia Noite e Vinte‘‘, Daniel Galera - Companhia das Letras, 2016

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