terça-feira, 25 de julho de 2023

211 anos em onze livros de Pelotas

Fui à prateleira de autores pelotenses com a ideia de fazer uma lista com onze romances. Poderia começar com “A Revolta dos Agachados” de Luiz Carlos Freitas, juntar com “Senhora do Amor” de Manoel Soares Magalhães, “Os Fios Telefónicos” de Fernando Melo e fechar um quarteto com “Satolep” de Vitor Ramil. Este último é marcante para a alfabetização artística e histórica da cidade. Conheço pessoas que, depois de lerem "Satolep", começaram a se dedicar à fotografia, outros a escrever poemas e alguns a beber absinto e correr dentro do canalete.

Ainda roçando as lombadas, percebi que havia outros gêneros indispensáveis. Folheei “História aos Domingos”, com artigos publicados no Diário Popular por Mário Osório Magalhães. Ao lado estavam “Pelotas dos Excluídos” e “No Tempo dos Chafarizes” de A.F. Monquelat. Tirei da prateleira e coloquei na mesa “Retratos de Uma Cidade”, um catálogo com fotografias de 1913 a 1930, de Raquel Schwonke e Francisca Michelon. Um livro fantástico para enxergar o quando a cidade se modificou pouco em cem anos.

Imerso nesse esquema, reli os versos: Cismas... os campos reverdecem úmidos, / E o vento arrulha no cipreste esguio; / Passa cantando a sertaneja pálida, / Dorme chorando o laranjal sombrio, do poema “Auras da Tarde” de Lobo da costa. Em seguida, ergui o clássico dos clássicos da linguagem e do humor, “Casos de Romualdo”, escrito pelo primeiro regionalista brasileiro, o homem que virou estátua, João Simões Lopes Neto.

Num tapa, já estava com dez livros, e havia outros tantos autores: Moizés Vasconcellos, Nauro Júnior, Klécio Santos, Wolney Castro, Jarbas Tomaschewski, Sergio Cabral, Duda Keiber, Deco Rodrigues, Rafael Sica, Lenir de Miranda, Felipe Povo... e vamos parar por aqui com essa lista. No aniversário do ano que vem, podemos fechar com um livro ou dois mais recentes, quem sabe até de minha autoria.