A primeira vez que ouvi Novos Baianos, num apartamento enfumaçado no início dos anos 2000, aprendi uma nova linguagem.
O sol se punha e seus raios alaranjados mostravam o efeito tyndall na dançante fumaça densa e cheirosa. Uma luminária com lâmpada de lava borbulhava. Estirado para dentro do sofá, sentia um sensação de prazer nos olhos.
A cantora ensinava: "Be-o-bó-le-a-la, bola / Te-é-té-le-a-la, tela / A-te-é-té-le-a-la, a te lá / Te-Lê-a-la-le-e-lê-li, lua / Re-a-rá-rê-e-ré-rê-e-ri, rua". Palavras novas que dispensavam explicação. Pra lá, muito pra lá de alucinação. Era a Linguagem do Alunte.
Uma banda crivada de criatividade. Gosto de dizer que é algo meio Jimi Hendrix misturado com Chiclete com Banana. Uma convulsão em percussão e guitarra eletrônica, teclado, cuíca e samba and roll.
O disco Novos Baianos F.C. completou 50 anos.
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